O anoitecer chegava rápido enquanto o rapaz caminhava pela pequena estrada de terra, a vista não era das melhores mas melhorava com a presença da pequena raposa a qual conseguiu convencer á caminhar ao seu lado. Os olhos azulados um tanto cerrados passavam por toda a extensão do horizonte enegrecido pela falta da luz solar, a vista não pertencia nada além de uma pintura bizarra a qual poderia sair alguém para ataca-lo.
Notou então que enquanto caminhava um tanto rápido, havia uma casa, uma casa acabada mas uma casa, pelo estado visto de primeira estância, o caçador julgou-a estar abandonada e com uma troca de olhares com a pequena raposa, começou a caminhar em direção a fazenda, visitou o celeiro primeiro, um lugar vazio deixado as moscas, ergueu a canhota em direção as narinas para tentar se livrar do odor que sentiu. — Nossa. — Disse no momento que caminhou para fora do celeiro, a voz quase não foi ouvida por si mesmo, apenas movimentou os lábios emitindo um pequeno som. Caminhando desta vez em direção a casa, o cheiro já estava regular ao ponto de não precisar apertar o nariz para tal, a casa estava em ruínas, algo aconteceu ali e não foi algo pequeno, visitou a cozinha enquanto procurava na geladeira e armários alguns alimentos não perecíveis que poderia ser usado mais tarde, ao abrir a primeira panela, o cheiro foi quase como um soco no rosto, tombou a cabeça para trás e quase que cambaleando para o lado tentou se afastar do cheiro.
— Isso é horrível. — Disse desta vez um pouco mais alto, a raposa olhou para o "dono" ao ouvir sua voz e tentou praticamente imita-lo. — Isso é diferente do que já vi. — Sussurrou pra si mesmo enquanto caminhava sem fazer muitos barulhos em direção ao andar de cima, era quase impossível esconder o ranger da escada velha ao subir, mas o esforço conseguia faze-lo ficar bem baixo.
— Fique perto. — Disse ao animal que subiu no ombro do dono. O peregrino de forma lenta visitou cada quarto, o primeiro foi o quarto infantil, o colchão não parecia ter sido tão danificado e mesmo que com o tempo tendo acabado com a cena, tentou ligar alguns pontos, sendo eles se o berço estava danificado demais, se os brinquedos estavam espalhados ou até mesmo se o colchão estava coberto de uma maneira a qual poderia considerar que o bebe foi puxado com certa pressa.
— Podemos passar uma noite aqui, Meena vai querer me bater, mas acho que ela vai entender, certo? — Após visitar o último quarto, teve a certeza de que estava sozinho, pelo menos por enquanto, então conseguiu falar um pouco mais alto para o animal que não entendia muito bem, apenas balançava a cabeça. O caçador respirou fundo enquanto retirava a besta de suas costas, colocando-a no chão próximo a cama de casal, deixando a katana encostada na cama e por fim a lança como se fosse uma segunda pessoa ao deitar na cama. Estava mais relaxado ao investigar a casa toda então deixou que sua bolsa ficasse nos pés da cama, a raposa pulou em cima da tal para se ajeitar também.
— Eu acho que Meena vai gostar de você, só... Tenha cuidado com ela, certo? Se ela te bater é porque gosta de você. — Falou quase como uma brincadeira para o animal, sentando na cama e acariciando-o enquanto ele começava a pegar no sono, o olhar azulado do caçador foi em direção a janela, ainda estava maravilhado e intrigado com a forma que a casa foi deixada, a lua era vista quase que perfeitamente naquele lugar. — A lua esta realmente bonita hoje...