Floresta

Conforme andava Raire se aproximava do final da floresta e com isso consegui ouvir um choro baixo repleto de soluços. Ao se aproximar pode ver que uma pequena fada chorava copiosamente enquanto tentava retirar uma armadilha que tinha prendido e feito um corte em seu calcanhar. Ela tentava pedir socorro, mas tudo o que saia eram sons incompromissíveis. 

A pequena de inicio apenas soluçava e balançava positivamente a cabeça, soltando um grunhido abafado de dor ao finalmente ficar livre. Agradeceu com a voz ainda alterada por estar chorando, mas logo levou as mãos até os olhos e os esfregou para limpa a visão embaçada. ー Sinto muito Senhor Rerareiri... ー Fungava, tentando entender como pronunciar o nome do homem, a concentração foi tanta que acabou ficando vesga por alguns segundos antes de desistir. ー Lopa. E-Eu fugi... de um lugar, da cidade Z. Eu acabei me perdendo do meu grupo e acabei aqui. ー Os olhos começaram a se encher novamente de lagrimas grossas que ameaçavam a cair. ー Eu não sou daqui então não sei pra onde ir. Minha irmã estava nesse grupo, estávamos indo até a cidade Y até que alguns caçadores nos viram, e somos pequenas então... ー A fada voltou a chorar com a boca escancarada como a criança que era, a essa altura Raire pode ver a base do vestido branco rasgado e com sangue seco manchado.

Franziu a testa ao ouvir a pergunta do homem coelho e o que se seguia depois. Ela olhou para a outra fada que tinha ali e depois para o homem novamente. ー Você deveria ficar na sua vila então, o mundo lá fora está mais repleto de maldade do que o senhor pensa. ー Ela ainda fungava, mas já tinha conseguido controlar o choro. Então olhou em volta e ergueu a mão em direção a uma poça de água e extraiu uma pequena quantidade para levar até a perna e ver a ferida se fechando lentamente. ー Tem pessoas que nos caçaram... Não sei quem são, mas eles nos capturam, principalmente crianças e nos deixam presas até que chamam uma por uma... E ninguém nunca retorna. ー Sentiu os olhos arderem novamente ao se lembrar da prisão, mas ainda assim permaneceu forte. ー Eles quase não nos alimentam e ficamos presas em celas pequenas demais para tantas de nós. O senhor não pode confiar em qualquer um, principalmente nos humanos.